No mundo físico tem diminuído, felizmente os casos de sequestros de pessoas, contudo, em contrapartida, cresce o número de sequestros no mundo virtual. Isso pelo fato de os hackers estarem sempre um passo à frente da maioria das pessoas, utilizando da tecnologia para raptar dados, contas e informações das pessoas e das empresas.

Caso que espantou recentemente foi o da Rede Record, que passou por uma situação semelhante, que prejudicou sua programação, mas todos (empresas e pessoas) estão expostos a situações semelhantes. Ninguém tem proteção total contra fraudes, basta um pequeno descuido para ser exposto.

Exemplos é a captura dos dados ao clicar em um link suspeito, onde é instalado um vírus, ou a invasão pela internet por hackers. Para as empresas, nesses casos se tem a tendência de prejuízos e consequências muito maiores, devido ao valor envolvido nas transações, relacionamento com dados e informações de diversos clientes e fornecedores, inclusive com sequestro de todos os dados que paralisam totalmente uma empresa e pedido de resgate para liberar os arquivos da empresa.

Ocorre que geralmente as empresas médias e grandes, que tem orçamento para investir em segurança digital, não investem mais que 5% do lucro aplicação na prevenção da segurança digital, seja em equipamentos de ponta, no treinamento de pessoal de TI, campanhas de informação aos seus consumidores. Isso é pouco, e para as pequenas empresas a situação se complica.

Como se pode observar, parece que os hackers investem mais em tecnologia e aprimoramento do que a maioria das empresas grandes e médias, que são o foco das quadrilhas de golpistas. Que ainda enfrentam outro problema: a falta de mão obra qualificada.

Assim ocorrem casos como o ocorrido com a Rede Record que foi citado anteriormente e que aconteceu no último dia 08 de outubro de 2022. Ela foi afetada por um ataque hacker de grandes proporções, o que afetou muito sua operação.

As informações sobre o tema ainda não possibilitam ainda uma análise do ocorrido, mas demonstra os riscos vividos pelas empresas. Também demonstram os impactos que elas podem ocasionar nos negócios.

É importante ressaltar que, quanto maior o investimento em tecnologia, menores as chances de ataques. Exemplos dessas ações são, por exemplo, backup armazenado em outro local, físico ou nas nuvens, com internet em outra rede. Monitoramento por TI e softwares 24 horas, 7 dias por semana e teste de hackeamento.

Importante frisar que o investimento de tecnologia é caro sim, contudo, os impactos que podem ocasionar para as empresas são muito maiores.

Afonso Morais é CEO da Morais Advogados Associados e especialista em recuperação de crédito, direito digital e fraudes.