Novos golpes envolvendo o Pix estão surgindo, saiba o que fazer caso você caia em alguma dessas armadilhas

Com a nova modalidade de pagamento sendo cada vez mais utilizada (o Pix), os golpistas estão sempre buscando novas maneiras de driblar a confiança dos usuários para roubar. É preciso aumentar o cuidado com as transações, SMS, e-mail, mensagens de WhatsApp e segurança com aplicativos de celular. Mas se mesmo assim, você acabar caindo em algum dos golpes, é preciso saber o que fazer o mais rápido possível.

O Banco Central já vem implementando novas medidas de segurança para assegurar mais confiança aos usuários do Pix, como a mudança nos horários para transação, cadastro de contas e o bloqueio preventivo.

A primeira medida a se tomar quando perceber que caiu em uma fraude é entrar em contato com o banco para tentar bloquear a transação ou reaver o valor perdido.

Afonso Morais, advogado especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais, afirma que depois de entrar em contato com o banco, é extremamente importante registrar um Boletim de Ocorrência em alguma delegacia, ou até mesmo de forma digital nas plataformas de delegacia eletrônica.

Portanto, se você caiu em um dos golpes, é preciso analisar com certa rapidez e entrar em contato com o banco para fazer um pedido de bloqueio preventivo em até 30 minutos durante o dia e uma hora durante a noite. Assim, o dinheiro fica retido por até 72 horas e as duas partes são notificadas.

Essa medida permite que a instituição que detém a conta do usuário pagador efetue um bloqueio preventivo por até 72 horas. Também é possível que a própria área de compliance do banco avalie e retenha os valores de transferência em casos de suspeita de fraude, movimentação atípica, notificação do bloqueio do pagador, transferência de valor muito elevado, que fuja do perfil do pagador e outras análises. A opção permite que a instituição realize uma análise de fraude mais cautelosa, liberando a transferência nesse prazo ou estornando para o pagador em caso de fraude.

Com as medidas cautelares, aumenta a probabilidade de recuperação dos recursos pelos usuários pagadores, vítimas de algum crime. Sempre que o bloqueio cautelar for acionado, a instituição deverá notificar imediatamente ao usuário recebedor e pagador. A notificação de infração era facultativa, mas já é obrigatória, além de ter o seu uso ampliado para transações em que pagador e recebedor possuem conta na mesma instituição e para transações rejeitadas por fundada suspeita de fraude.

Esse mecanismo permite, por exemplo, que as instituições registrem uma marcação na chave Pix, no CPF/CNPJ do usuário e no número da conta quando é fundamentada a suspeita de fraude. Essas informações serão compartilhadas com as demais instituições sempre que houver uma consulta a uma chave Pix, dando mais subsídios aos mecanismos de prevenção à fraude das instituições.

Morais conta que uma nova funcionalidade que permite a consulta de informações vinculadas às chaves Pix para fins de segurança pode ser criada. O objetivo é que essa consulta seja feita para alimentar os mecanismos de análise de fraude dos participantes, inclusive em processos que não estejam diretamente relacionados ao Pix.

Assim, informações de notificação de fraudes vinculadas a usuários finais estarão disponíveis para todos os participantes do Pix, que poderão utilizá-las para a prevenção de fraudes e para as instituições financeiras terem um prejuízo menor quando ocorrer alguma fraude e terem de ressarcir os clientes.

O advogado também explica que o Banco Central deixa claro que as instituições que ofertam o Pix a seus clientes têm o dever de responsabilizar-se por fraudes decorrentes de falhas nos próprios mecanismos de gerenciamento de riscos. E mais, foi determinado que as instituições devem obrigatoriamente utilizar as informações vinculadas às chaves Pix como um dos fatores a serem considerados para fins de autorização e de rejeição de transações.

Quanto ao ressarcimento, o advogado explica que cada caso é diferente e que a legislação tende a melhorar em favor de quem perde o dinheiro, mas não são todas as vítimas que poderão reaver o dinheiro em casos de golpe.

Como os cyberfraudadores estão ativos, tentando criar novas técnicas para ganhar dinheiro, o melhor conselho continua sendo a cautela. Morais sugere que os usuários cadastrem a conta recebedora nos aplicativos de banco e não cliquem em nenhum link para fazer a transferência. “É mais seguro ir direto no aplicativo do banco e realizar o pagamento para a conta que já está cadastrada”, conclui.

 

 

 

Fonte: https://valorinveste.globo.com/educacao-financeira/noticia/2021/12/12/o-que-fazer-quando-cair-em-algum-golpe-com-o-pix.ghtml