Na pandemia, a inadimplência de condôminos se agravou em função da atual crise que atingiu milhares de brasileiros que não têm conseguido arcar com suas despesas básicas. Entenda como é possível reduzir os impactos e a própria inadimplência

No artigo de hoje vamos tratar sobre o maior pesadelo de qualquer síndico e/ou administradora de prédios: a inadimplência dos seus condôminos. Considerando que as principais consequências da inadimplência para o condomínio são o déficit de verba (se não tiver um fundo de reserva, entra no vermelho) e até mesmo o pagamento de cotas extras, o maior desafio do síndico é encontrar formas de gerenciar a crise, podendo, inclusive, propor ações judiciais, que geram ainda mais gastos no final das contas.

Neste contexto, considerando principalmente o atual momento que vivemos de crise e pandemia, algumas medidas práticas e eficazes podem ajudar o condomínio e o síndico, a reduzir a inadimplência condominial. As principais dicas são:

  1. Construa um fundo de reserva ao longo do tempo

Assim como uma empresa, um condomínio também precisa ter uma conta extra para cobrir despesas como consertos e situações emergenciais.

  1. Mantenha as finanças do condomínio organizadas

É função do síndico manter as finanças organizadas e detectar logo a inadimplência mensal para evitar problemas maiores no futuro. O síndico deve usar ferramentas para gerir bem as cotas condominiais.

  1. Mantenha as portas abertas e o diálogo com os condôminos

A boa e velha conversa pode resolver mais problemas do que se imagina. Juntos, é mais fácil encontrar uma solução boa para ambos.

  1. Campanha de conscientização entre os moradores

Se as conversas ficam difíceis, opte por uma campanha coletiva. Você pode fazer panfletos e colocar nos quadros de aviso, enviar e-mails aos moradores, mensagens.

  1. Não deixe as dívidas acumularem

É importante que o síndico tenha uma postura proativa no sentido de resolver o problema, sem deixar que se transforme em uma bola de neve.

  1. Notifique os devedores

Notifique oficialmente os devedores de que eles estão em débito com o condomínio. Esse é o primeiro passo para evitar medidas ainda mais drásticas, como inscrição em cadastro de inadimplentes e propositura de ação judicial.

  1. Busque ajuda profissional

Caso a inadimplência persista, você precisará buscar ajuda profissional. Seja de uma empresa de cobrança ou um escritório de advocacia, com honorários pagos somente no sucesso.

  1. Certifique-se de que o condomínio tenha regras

Verifique se a Convenção do Condomínio estabelece regras para notificações extrajudiciais e cobranças judiciais. Lembre-se ainda que o morador que está em atraso com suas obrigações com o condomínio, não pode ser exposto às situações constrangedoras. Medidas que expõem o inadimplente podem gerar, inclusive, uma indenização por danos morais, o que só irá piorar a situação.

Além disso, não esqueça que o mais importante é receber os valores em atraso, ainda que de forma parcelada. Logo, bom senso e flexibilidade precisam estar presentes nesta negociação para o bem de todos os envolvidos.

 

 

Afonso Morais
Fundador e CEO da Morais Advogados Associados