A Black Friday é o ‘Natal’ dos golpistas. É quando eles ganham mais dinheiro” e a data é campeã de golpes porque une dois ingredientes “explosivos”: O desejo do consumidor de comprar algo com um preço muito mais baixo do mercado e, do outro lado, a vontade do golpista de ganhar dinheiro.

Tal cenário também chama a atenção de fraudadores e para proteger varejo e consumidores dos ataques destes criminosos, garantir respostas rápidas e gerar mais confiança no mercado são os desafios de empresas que desenvolvem e fornecem soluções antifraude.

Hoje temos vários modelos de golpes no mercado, sendo que o mais comum na Black Friday é um dos mais antigos da internet. O phishing é uma técnica usada pelos ladrões de dados para enganar os clientes e roubar suas informações sem que percebam. Eles criam sites falsos, muitas vezes clones de grandes lojas e espalham esses endereços eletrônicos por e-mail ou correntes de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram.

As mensagens costumam ter textos alarmistas, de promoções que se esgotam em poucos minutos ou das poucas unidades que ainda restam. Tudo isso para forçar a vítima a fazer a compra imediatamente.

No impulso de se dar bem e aproveitar um grande desconto, o consumidor coloca seus dados pessoais e cartão de crédito no site espião. Do outro lado, os golpistas colhem todas essas informações e as usam para fazer compras. Também há quadrilhas especializadas em criar lojas digitais ou contas de lojas falsas em market places.

Como os consumidores podem se proteger contra fraudes na Black Friday?

1- Não clique em links de oferta

Os fraudadores costumam usar a técnica de preços muito baixos ou pouco estoque para que a pessoa se apresse e realize uma compra. Se realmente precisa do item noticiado, vá até a página da loja e faça a compra por lá, ofertas enviadas pelos links mantem o mesmo preço na plataforma. Isso evita que cai em páginas falsas, pague pelo produto e nunca receba.

2- Proteja seus dados

Não coloque nome, CPF, endereço e números de cartões se não for na página de pagamento de uma empresa conhecida. Os fraudadores costumam pegar esses dados para usar em compras futuras, durante todo o ano.

3- Pesquise a reputação da loja antes de realizar a compra

Com o fechamento de estabelecimentos físicos, muitas operações estão migrando para as vendas online, isso requer atenção redobrada por parte do consumidor, que deve se certificar que a loja é real e que entregará as compras feitas.

Verifique o histórico da loja antes de se fazer a compra. A busca é possível tanto no site do Procon, que disponibiliza uma lista das lojas que devem ser evitadas, ou ainda em sites que avaliam as lojas. Caso não existam avaliações da empresa na internet, o recomendado é evitar efetuar a compra e buscar um outro site de confiança.

4- Averigue se o site tem a sigla ‘https’ no endereço da web

Em sites com a sigla, a comunicação é criptografada, o que aumenta a segurança na transmissão dos dados. É importante também verificar se há um ícone com referência a um cadeado na parte inferior do navegador, que informa que é um site blindado e assim tem maior segurança.

5- Prefira o pagamento por cartão de crédito

Esta é a forma mais segura para pagamentos online. Além da operadora de crédito ter mecanismos para identificar possíveis fraudes, também é um método que permite que o cliente conteste a cobrança e solicite o reembolso do valor, diferente do pagamento por transferência bancária ou boleto.

6- Suspeite de descontos muito altos

É comum que sites falsos tenham preços muito mais baixos para pagamento via boleto, pois nessa forma de pagamento é mais difícil para a vítima pedir o estorno.

7- Procure dados oficiais da empresa

A primeira coisa é digitar o site manualmente diretamente no browser para evitar sites clonados. O acesso por links pode levar a páginas falsas e enganar o comprador, sites de e-commerce falsos normalmente não disponibilizam informações como CNPJ, endereço físico, contato, etc.

8- Instale o Compre & Confie em seus dispositivos

O aplicativo é totalmente gratuito e alerta o usuário caso seu CPF seja usado em uma transação indevida, permitindo que ele impeça a fraude clicando no botão ‘não fui eu’.

9- Fontes confiáveis de informação

Acompanhe as notícias por fontes de informações confiáveis da imprensa.

10- Mantenha os programas tenha antivírus mantenha atualizado

Com a evolução dos sistemas operacionais de computadores e smartphones a instalação de programas maliciosos é cada vez mais difícil, mas para que isso seja efetivo, é importante manter os programas atualizados com as versões mais novas, assim como o antivírus ativo.

Afonso Morais
Sócio Fundador da Morais Advogados Associados
Especializado em recuperação de crédito e fraudes digitais.